Pós-jogos: um sábado para relembrar velhos tempos

sábado, 7 de junho de 2008

Pós-jogos: um sábado para relembrar velhos tempos

Foto: Murilo Gitel/Galícia Esporte Clube

Juvenis comemoram o gol de Felipe (ao centro) contra o Bahia.

É difícil não deixar de enaltecer a partida que a categoria juvenil do Galícia fez contra o Bahia, na manhã deste sábado, 7, no Parque Santiago. Quando sobrou talento, não faltou inteligência para se defender e quando foi necessário utilizar a força e o vigor físico, o time comandado pelo técnico Juracy Garrido dividiu todas, por cima, por baixo ou pelos lados. O gol foi do predestinado atacante Felipe, que entrou aos cinco minutos do final do jogo, mas poderia ter sido também do volante Alan ou do meia João Paulo, ambos que, de fora da área, por pouco não estufaram os cordéis da rede tricolor, quando o placar ainda estava zerado.

É válido ressaltar que esses garotos jogam juntos há pouco tempo, que este time foi formado há apenas um mês e que o Bahia, com toda a sua estrutura física foi abatido, mesmo assim, pelos meninos do azulino. Foi sem dúvida um sábado para relembrar velhos tempos. Relembrar um Washington elegante, implacável e raçudo numa Fonte Nova distante de 1980. Sobrara uma bola na área e o centroavante de Alagoinhas a colocara no fundo do gol do Bahia. O Galícia estava eliminando o rival das finais do Baianão, impedindo o hepta campeonato do tricolor e ascendendo a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Houve prantos e ranger de dentes lá do outro lado...

Foto: Murilo Gitel/Galícia Esporte Clube

Galícia forçou o Bahia a jogar acuado na própria área.

Depois de tudo o que já escrevi aqui e no site oficial, só me resta parabenizar o trabalho feito pelos profissionais das categorias de base do Galícia. Dessa forma, podemos acreditar numa boa campanha para a Copa 2 de Julho - competição nacional organizada pela Sudesb, que começa no mês que vem, para atletas com idade juvenil.
O granadeiro derrotou o Bahia com: Hamington; Celso, Zé Luís, Lucas e Gleidson; Vinícius, Alan, João Paulo e Itaparica; Índio (Felipe) e Valdinei. Ficaram disponíveis no banco: Maxwell, Ailton, Jadson, Lourenço, Wagner, Luiz, Edlan, Michel e Igor.

Foto: Murilo Gitel/Galícia Esporte Clube

Centroavante Valdinei, com a canhota, "chama o zagueiro do Bahia para dançar".

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Resumo da História

O Galícia Esporte Clube foi fundado em 1° de janeiro de 1933, em Salvador-Ba, pelo espanhol Eduardo Castro de La Iglésia, emigrante da região da Galiza-ESP. Ele era alfaiate de profissão e tinha uma loja na Baixa dos Sapateiros.
Reza a lenda que a relação dos soteropolitanos com os emigrantes galegos não era das mais amistosas, o que teria levado Iglésia a idealizar a criação de um time de futebol capaz de agregar os nativos com a colônia espanhola, levando-se em consideração a capacidade de união proporcionada pelo esporte.
As cores do clube (azul e branca) seriam as mesmas da bandeira da Galícia, com o acréscimo da cruz vermelha do Apóstolo Santiago. O mascote, viria a ser o Granadeiro - soldado vestido com uma armadura de ferro, como os antigos guerrilheiros de Espanha, equivalentes à soldados da artilharia, responsáveis pelas explosões dos adversários. Até hoje, algumas pessoas defendem que o mascote do clube seja o toureiro, outra alusão a cultura da terra de Cervantes.
O Galícia já nascera grandioso. Com apenas quatro anos de vida, seria campeão baiano pela primeira vez. Quatro temporadas mais tarde, começaria a escrever com letras douradas o nome do clube na história do futebol da Bahia, tornando-se o primeiro tricampeão do estado (41-42-43).
A equipe imbatível tinha nomes como Nova, Novinha, Nouca, Nevercino, Isaltino e outros tantos.
O azulino jogava no campo da Graça e, posteriormente, passou a utilizar o estádio Otávio Mangabeira - a Fonte Nova.
Ainda na década de 40, o Galícia realizou uma série de amistosos contra grandes clubes do futebol brasileiro, como o São Paulo, o Vasco da Gama e o Flamengo, derrotando todos eles, o que fez com que o saudoso jornalista de A Tarde, Aristóteles Gomes desse ao Galícia o apelido de "Demolidor de Campeões".
Em 1968, o Galícia foi campeão baiano da primeira divisão pela última vez. A equipe tinha nomes como Dudinha, Roberto Oliveira e Valtinho. Na final, o azulino jogava pelo empate e segurou o 0x0 contra o Fluminense de Feira na Fonte Nova para levantar o caneco.
O clube revelou jogadores como os centroavantes Washington - ex-Fluminense, Internacional e Seleção Brasileira, e Oséas - ex-Atlético-PR, Palmeiras e Seleção Brasileira, além do meia Lenílson - ex-São Paulo e do atacante Mendes - artilheiro do Campeonato Gaúcho 2008 pelo Juventude, apenas para citar alguns.
Grandes técnicos também passaram pelo Galícia, como Aimoré Moreira (ex-Seleção Brasileira), Enaldo Rodrigues e Filpo Neto.
Em 1980, com um gol de Washington, o Galícia eliminou o Bahia do Campeonato Baiano dentro da Fonte Nova e representou o estado, junto com o Vitória, na Taça de Ouro do ano seguinte, o Campeonato Brasileiro da primeira divisão na época. O azulino ficou na 25ª colocação.
Na década de 80, teve início o processo da construção do estádio Parque Santiago, consolidado em 1995. Com capacidade para mais de 8 mil pessoas, o PST está localizado em uma das áreas mais valorizadas de Salvador, no bairro de Brotas, na região do Shopping Iguatemi.
O clube passa por um processo de reestruturação nos últimos dois anos, desde a gestão do presidente Raimundo Nonato Reis. Em 2007, chegou as finais do Campeonato Baiano da Segunda Divisão, quando faltou apenas um gol para retornar a elite do futebol da Bahia.
Em 2008, o clube disputará o campeonato, quando buscará o título e o retorno ao lugar de onde nunca deveria ter saído.

Galícia Esporte Clube - Lance a Lance

sábado, 7 de junho de 2008