segunda-feira, 19 de maio de 2008

Segunda Divisão: ansiedade, reflexão e desejos quanto a um novo tempo

Caso a bagunça tenha desistido e cansado de fazer parte do futebol da Bahia por algum tempo, podemos dizer que o Campeonato Baiano da Segunda Divisão terá início no dia 20 de julho, daqui a um pouco mais de dois meses, como consta no calendário da Federação Bahiana de Futebol. De acordo com a reunião da última semana, realizada no Conselho Técnico da FBF, serão 10 os clubes concorrentes a única vaga disponível para a primeira divisão em 2008, quatro a mais em relação a 2007.

Como bem frisou o galiciano Beto Boullosa no site Granadeiros Azulinos, o campeonato “já começa mal”, à medida que, ao término do encontro de dirigentes dos clubes com a cúpula-mor da Federação Bahiana de Futebol, não se chegou a uma definição quanto à fórmula de disputa da competição, tudo porque a maioria dos cartolas e os diretores da FBF querem que o campeonato tenha dois grupos de cinco equipes, em vez do todo-contra-todos em pontos corridos, como em 2007. Ocorre que a não-repetição do sistema do Baianinho do ano passado, implicaria em uma ilegalidade, pois segundo o Estatuto do Torcedor (parágrafo 5º, artigo 9º do capítulo III):

É vedado proceder a alterações no regulamento da competição desde sua divulgação definitiva, salvo nas hipóteses de:
I - apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subseqüente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte – CNE;
II - após dois anos de vigência do mesmo regulamento, observado o procedimento de que trata este artigo.
Dessa forma, o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, encaminhou uma solicitação para o Departamento Jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a fim de que o órgão abrisse uma exceção neste caso em específico, levando-se em consideração que o campeonato deste ano terá quatro equipes a mais do que em 2007, que a repetição da fórmula do ano passado acarretaria em viagens longas para os clubes já famigerados, enfim.

Já que a FBF se comprometeu a divulgar o regulamento e a tabela da competição nesta terça-feira, 20, no site oficial da instituição, a tendência é a de que não haja flexibilidade de parte da CBF, ou seja, teremos 10 clubes que se enfrentarão em turno e returno – 18 jogos na primeira fase, com jogos nos meios de semana e aos domingos, de julho a novembro. Logo, além de os clubes viverem com o drama de pagar os salários em dia durante quatro meses, terão ainda que arcar com as despesas das viagens. É claro que quem se inscreveu deve estar ciente dos gastos necessários, mas a Federação Bahiana de Futebol, penso eu, tem a obrigação de trabalhar para que estes sejam cada vez mais amenos, já que pouco ajuda os times que não sejam Vitória e Bahia.

As questões são: quantos clubes se inscreveram na data limite inicialmente imposta pela FBF? Não seriam sete, em vez de dez? Outra: à medida que a FBF permitiu a inscrição de equipes que se inscreveram depois do prazo estabelecido (por clube, o órgão faturou R$ 4 mil só na inscrição), não seria dela a culpa por este possível imbróglio? O que seria melhor: uma competição longa com vários times miseráveis disputando-a ou um campeonato curto com clubes que tem condições financeiras de competir, sem propiciar vergonhas como as do Leônico em 2007?

A Federação Bahiana de Futebol se meteu em uma enrascada por conta própria.

Esperamos que possa sair dela com a mesma facilidade. E que o campeonato não acabe na justiça, por conta de uma série de fatores, como em 2007.

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